Sugestões para umas boas férias
"Aquele que viajou conhece muitas coisas, e o de grande experiência discorre sabiamente. Aquele que não tem experiência, pouca coisa sabe, mas o que viajou aumenta a sua habilidade". (Ben Sirá 34, 9-10)
Para grande parte dos portugueses aproxima-se o tempo de férias. Um tempo que mais que um direito é uma necessidade, pois todos precisamos de parar para descansar e recobrar as forças.
Contudo, muitos não sabem usar este tempo propício para aquilo que lhe está destinado - descansar. Gastam as férias em azáfamas, correrias, trânsito, comezainas. Moral da história: acabam as férias ainda mais cansados do que quando as iniciaram.
Para que as férias sejam mesmo férias é necessário fazer um plano geral, não obrigatório, de forma a que não hajam tempos de tédio e de saturação.
A primeira medida será reunir a família e ouvir cada um sobre o que acham que era bom fazerem juntos durante aqueles dias. Ouvidas as opiniões, estas poderão ser colocadas por ordem de prioridade e de novidade.
O passo seguinte será a recolha de um ou mais objectos que nos limitam a liberdade de movimentos e nos coordenam e viciam: o relógio, o telemóvel e a televisão. Há que aprender a viver sem cronómetro e sem o vício das mensagens e chamadas telefónicas. Assim como nos libertarmos do sofá, onde ficamos colados horas a fio. Se conseguirmos seguir o ritmo da natureza através do ciclo solar, entraremos num equilíbrio muito mais forte e salutar, pois somos seres diurnos.
Depois, tentar preencher os dias com coisas variadas: ida à praia ou piscina, caminhadas ao longo do mar ou de parques arborizados, visita a museus, leitura dos jornais ou de um bom livro. Não descurar a parte espiritual, pois o ser humano como ser unitário com duas realidades (corpo e espírito) precisa de encontrar forças e equilíbrio nas duas realidades.
Se as primeiras sugestões favorecem, sobretudo, a parte corporal do ser humano, estas que se seguem, aproveitarão muito ao espírito: peregrinar até um santuário a pé, bicicleta ou automóvel; aproveitar para ler a Sagrada Escritura; fazer um tempo de deserto; aproximar-se do sacramento da reconciliação; voluntariado; entre outras coisas.
As férias não são necessariamente um tempo de viagens e de gastos estrondosos, devem, isso sim, ser uma oportunidade de nos encontrarmos connosco próprios, com Deus e com os irmãos, principalmente a família. Com um pouco de imaginação e de boa vontade todos conseguirão ter um óptimo tempo de descanso e começar o novo ano laboral e escolar com forças novas. Boas férias para todos!
Sérgio Carvalho
novos-tempos@sapo.pt